17 de julho de 2009

Tributo a Billie Holiday nos 50 anos da sua morte

Billie Holiday por William GotliebBillie Holiday era o nome artístico de Eleanor Fagan Gough, uma das mais comoventes cantoras de jazz de sua época e hoje, ao completar 50 anos da sua morte, continua a emocionar a quem escuta suas gravações.

Com uma voz etérea, flexível e levemente rouca, sua dicção e fraseado, a sensualidade à flor da voz, expressando incrível profundidade de emoção, a aproximaram do estilo de Lester Young, com quem, em quatro anos, gravou cerca de cinqüenta canções, repletas de swing e cumplicidade. Lester Young foi quem lhe apelidou de "Lady Day".

Quando nasceu na Filadélfia, dia 7 de abril de 1915, seu pai, Clarence Holiday, tinha dezoito anos de idade e sua mãe, Sara Fagan, apenas dezesseis. Seu pai, guitarrista e banjista, abandonou a família quando Billie ainda era bebê, para pegar a estrada com uma banda de jazz. Sua mãe, também inexperiente, costumava deixá-la com familiares.

Menina afroamericana e pobre, Billie passou por todos os sofrimentos possíveis. Aos dez anos foi violentada sexualmente por um vizinho, e internada numa casa de correção para meninas vítimas de abuso. Aos doze, trabalhava lavando o chão de prostíbulos. Aos catorze anos, morando com sua mãe em Nova York, caiu na prostituição.

Sua vida como cantora começou em 1930. Mãe e filha ameaçadas de despejo por falta de pagamento do aluguel, Billie vai à luta em desespero. Entrando em um bar do Harlem, ofereceu-se como dançarina, mostrando-se um desastre. Penalizado, o pianista perguntou-lhe se sabia cantar. Billie cantou e saiu com um emprego fixo, apesar de nunca ter estudado música e nem saber ler partitura. Seu aprendizado foi escutar Bessie Smith e Louis Armstrong.

Após três anos cantando em diversas casas, atraiu a atenção do crítico John Hammond, através de quem ela gravou seu primeiro disco, com a big band de Benny Goodman. Era o real início de sua carreira. Começou a cantar em casas noturnas do Harlem (Nova York), onde adotou seu nome artístico.

Billie canta com feras do Jazz para a TV CBS no programa Sounds of Jazz, em 1957Cantou com as big bands de Artie Shaw e Count Basie. E foi uma das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos, em uma época de segregação racial nos EUA (anos 30). Consagrou-se apresentando-se com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, e ao lado de Louis Armstrong.

A partir de 1940, apesar do sucesso, Billie sucumbiu ao álcool e às drogas, passando por momentos de depressão, isso refletia em sua voz.

O vídeo que selecionei é um tesouro. Foi gravado ao vivo em 1957, nos estúdios da rede de televisão CBS, onde Billie é apresentada por Robert Herrige, produtor e apresentador do programa "The Sound of Jazz". Esta talvez seja a gravação mais importante de uma banda de jazz ao vivo na história da televisão, com a participação de músicos como Lester Young, Coleman Hawkins, Ben Webster, Gerry Mulligan, Roy Eldridge, Doc Cheatham, Vic Dickenson, Danny Barker, Milt Hinton e Mal Waldron.

Fine & Mellow



Lady Sings The Blues, livro escrito por Billie Holiday e William DuffyPouco antes de sua morte por overdose de drogas, Billie Holiday publicou sua autobiografia Lady Sings the Blues, em 1956, a partir da qual foi feito um filme, em 1972, com Diana Ross no papel principal. Encontrei o filme completo no YouTube, dividido em 14 partes, cujos links publico a seguir. Espero que você aproveite!

Fonte: Wikipedia
Sites: Lady Day

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