Quando o ACIDENTE terminou seu CD Technolorgy (Rock Symphony RSLN 077/Musea FBGB 4424) em meados de 2002, a banda viu-se diante de um impasse. Não havia por que compor e gravar mais coisas, tendo recém-lançado um álbum de longa maturação. Por outro lado (?), os músicos sentiam comichão de estúdio. Veio daí a idéia de levantar (!) o PEGA VARETAS, e o resultado você tem agora em suas próprias mãos: Mêu Páu de Sêbo (Stolen STO 3).
O Pega remonta ao carnaval de 1991, quando boa parte do Acidente da época desfrutava o carnaval na mansão lacustre de Jad "Estado Interessante" em Araruama. Lançou-se o repto: verter para o português os sucessos techno-gays que dominavam a programação na mídia da hora, a MTV. Devido à empatia imediata que o projeto causaria junto ao pessoal das gravadores, rádios e jornalistas grifados, pareceu que a hora do sucesso havia dado (?) sinal. Porém os membros (!) da banda deram pra trás (com sentido figurado, fazendo favor) ao se tocarem de que o backstage após os shows não estaria exatamente repleto de lindas gatinhas. Como disse Zappa, we're not in it for the money - até porque se fosse...
A segunda versão do Pega mostrou suas varetas em 1994, após o Acidente detonar GLOOMLAND (STO 1), e aí a idéia já era outra: resgatar as velhas canções de sacanagem que tanto empolgaram a juventude d'antanho, mesclando-as com pílulas de nossa própria larva. De quebra, lançava-se uma proposta inédita (eu acho): a franquia de banda, em várias modalidades, encetando (!) uma explosão mundial de Pegas Varetas e boa música. Alguns acharam a primeira parte do roteiro muito boa, mas com outros artistas, como sempre. O legado deste breve Pega foram duas gravações resgatadas para a posteridade graças a um cassete em perfeito estado (grande marca! anuncie aqui!): a inédita Mole e Lavabo, que ornou um legítimo pau-de-sebo da época, Brasil Alternativo 6. Sua intolerável diversidade inspirou, mais que o nome desse novo CD, o próprio espírito de todo o troço.
Pois eis que em 2003 vem boiando à tona Mêu Páu de Sêbo, com 19 enemas sonoros totalmente incompatíveis em tempo e estilo. Muitas canções são autêntico refugo setentista, anteriores ao Acidente (est. 1978). Outras frequentaram o repertório do AÇA nos anos 80 mas não chegaram ao vinil, sendo Piolho o único remake. E há músicas novas, compostas já neste século. Quanto à franquia de banda, nós não a esquecemos e ainda oferecemos uma promoção espetacular! Qualquer grupo cover que deseje emular o Pega Varetas pode faze-lo sem custo até o final de 2003, com as seguintes restrições:
(1) tem que usar a marca seguida de nome diferencial entre parêntesis - por exemplo: Pega Varetas (Bangu); Pega Varetas (Kwêlyo); Pega Varetas (Jovem Boy); Pega Varetas (Ramos Nelson); Pega Varetas (O Meu é Maior). Vedados diferenciais enganosos como Acidente, Original, Verdadeiro ou Legítimo;
(2) representantes autorizados do verdadeiro PEGA terão livre acesso aos shows dos covers para vender discos e azarar as fãs;
(3) a moleza só vale para apresentações fuleiras ao vivo, sem TV ou gravações. Na mídia impressa, eletrônica e no mercado, o PEGA samos nós, nossa força, nossa vós.
FAKEY RANDOM
(Texto de Paulo Malária)
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